Você já se sentiu ansioso do nada, mesmo sem estar sob pressão? Pode ser que o motivo esteja mais próximo — e mais tecnológico — do que você imagina.
A ansiedade digital não tem cara de crise. Ela se disfarça de produtividade, de necessidade de resposta imediata, de FOMO (fear of missing out). Vivemos em um ciclo onde tudo é urgente, cada notificação gera expectativa, cada atraso parece erro.
Só que o nosso corpo e mente não evoluíram na mesma velocidade dos nossos dispositivos. Nós fomos programados pra viver em ritmo cíclico — com pausa, com silêncio, com tempo. E isso está cada vez mais raro.
Segundo a OMS, o Brasil é o país mais ansioso da América Latina, com 9,3% da população sofrendo de transtornos de ansiedade. E segundo o DataReportal, os brasileiros checam o celular 145 vezes por dia.

É muita interrupção. É muito estímulo. E é muito pouco espaço pra respirar.
Esse hiperestímulo nos deixa em estado de alerta constante, mesmo sem necessidade real. A ansiedade vira um pano de fundo: ela não grita, mas nunca desliga.
O problema não é só o conteúdo. É a velocidade. A exigência de estar sempre disponível. O medo de não ser visto, curtido, respondido. Isso cria um ruído mental permanente.
Talvez você não esteja ansioso. Talvez você esteja só sobrecarregado. De tela, de feed, de pressão.
Faça o teste: desconecte por 24h. Respire. Saia sem o celular. Observe o que sente.
E se funcionar, compartilhe esse texto com alguém que também vive preso no piloto automático digital.